À Margem do Paraíso – Parte I
Primeira parte do programa apresentado pelo jornalista José Manuel Barata-Feyo, sobre a vida de miséria física e moral de muitas crianças na Ilha da Madeira, num caso flagrante de exploração de mão de obra infantil, mendicidade e prostituição, uma reportagem da autoria do jornalista José Manuel Silva.
Resumo Analítico
Imagens noturnas de crianças (arrumadores), a ajudar os condutores de automóveis, a estacionar; José Manual Silva pergunta a uma das crianças o que faz na rua a aquela hora e a resposta é "A pedir dinheiro"; criança a fumar. 04m01: Câmara de Lobo, Bairro da Palmeira (habitação social); sentadas no chão de um pátio, grupo de mulheres jogam às cartas; plano próximo de ratazana; crianças pintam e desenham também sentadas no chão; mulheres trabalham nos "bordados da Madeira"; declarações de bordadeira (legendadas); rapazes mergulham e tomam banho de mar; barco de pesca "Deus Me Faça Feliz"; declarações de Bruno Faria, pescador (legendadas); embarcações de pesca ancoradas; plano próximo dos pés de descalços de criança. 07m51: Bruno Faria, a trabalhar a terra numa plantação de bananas; declarações de Bruno Faria a dizer que trabalhar na fazenda não tem os perigos de trabalhar no mar onde "seria uma morte triste" (legendadas); cacho de bananas; Sérgio Nunes, adolescente de 14 anos carrega às costas uma bananeira para transplantar (trabalha descalço e a fumar); declarações de Sérgio Nunes e de Bruno Faria que critica as mães que deixam os filhos largar a escola por causa do dinheiro (legendadas). 11m30: Rapazes carregam bilhas de gás; conversa com as crianças (pré adolescentes) gravada com câmara oculta que dizem "que precisam de trabalhar para ter"; distribuem bilhas de gás de porta em porta; adultos e crianças sentadas numa escada; declarações de Alexandra Oliveira, mãe que diz "Eu vivo daquelas mãozinhas na cidade do Funchal. Das minhas crianças. Dos meus filhos andarem pedindo na cidade" (legendadas); mulheres a fazer crochet; crianças jogam à bola e saltam à corda, no pátio do Movimento do Apostolado das Crianças (MAC), onde trabalha Carla Faria, irmã mais velha de Bruno Faria; interior das instalações do MAC; crianças fazem desenhos; declarações de Carla Faria (legendadas); crianças brincam à roda e cantam; declarações de Maria da Luz, educadora no MAC dizendo que "a escola não garante as condições necessárias" para as crianças se lá manterem; crianças folheiam álbuns de banda desenhada mas não sabem ler. 16m28: Exterior dos prédios do Bairro da Palmeira; estendais de roupa; declarações de Maria da Luz a dizer que as mulheres são "uma fábrica de filhos"; autocarro com destino ao Funchal pára para receber passageiros; Bruno Faria e irmãos vão dentro do autocarro; descem no Funchal e sentam-se à porta da Sé para venderem aos turistas, postais por eles desenhados e perguntam-lhes (em inglês) "Quer ajudar as crianças?". 19m45: Senhora da limpeza da Sé ralha com as crianças e avança para elas com a vassoura em riste, porque sujam o chão com os papéis; plano próximo de sapatos ténis com as solas rotas; crianças fazem desenhos (postais) enquanto esperam pelos potenciais compradores; jornalista José Manual silva entrevista as crianças; declarações de Octávia (10 anos), que diz que vai de manhã à escola e à tarde para a venda dos postais,e tem 10 irmãos; declarações de Nádia com as palavras escritas num papel em inglês e de Sílvia que diz de cor as frases que precisa de saber para comunicar com os turistas (legendadas); Sílvia diz que quer ser professora e cantora quando "for mais crescida" e diz ser Celine Dion, a sua cantora preferida; outra das crianças diz que quer ser médica "só que para ser o que eu quero, tenho que estudar muito"; contam que algumas mães ficam zangadas e batem se elas não levarem dinheiro para casa (legendadas); homem dorme no chão, junto às escadas da Sé. 23m55: Turistas passeiam à beira mar; crianças brincam na praia, depois da venda dos postais e antes de regressarem a casa; tomam banho; desenham corações na areia; criança diz que alguns dos seus "sonhos são terríveis" (legendadas).