Garcia Leandro
Entrevista conduzida por Francisco Sarsfield Cabral, diretor da Rádio Renascença, e por Ana Sá Lopes, editora política do jornal "Público", ao tenente-general Garcia Leandro, diretor do Instituto de Defesa Nacional e professor de estratégia militar, sobre a invasão do Iraque e a questão das torturas aí praticadas pelas forças da coligação, o papel da NATO e da ONU no quadro mundial, e a política de Defesa Nacional.
Resumo Analítico
Início do programa com apresentação do entrevistado e das temáticas da entrevista; O entrevistado explica o caso "Watergate" comparando-o com o caso do Iraque na questão das torturas ocorridas nas prisões do Iraque perpretadas por militares norte-americanos, considerando este assunto um problema moral e político, no qual a aliança não poderia falhar; 05m30: Explicação da sua posição no que respeita à invasão do Iraque, tendo sempre acreditado que existiam armas de destruição massiva que justificariam a intervenção militar, sendo certo que constatou agora a existência de grande incompetência por parte dos serviços de informações dos Estados Unidos da América e ingleses; 10m47: Comentário à utilização na guerra no Iraque de empresas privadas que provocam a "privatização da guerra", facto que considera perigoso atendendo à falta de experiência para cenários de guerra das pessoas que constituem essas empresas; 13m34: Realce para a característica da violência na sociedade norte-americana que justifica o recurso às torturas conforme se assistiu, recentemente no Iraque, derivado, no seu entender, dos discursos inflamados dos políticos e dos dirigentes militares, como por exemplo ressaltou das políticas externas de unilateralidade que os Estados Unidos da América implementaram após os atentados de 11 de Setembro de 2001; 16m20: Destaque para as novas tecnologias como os telemóveis, fotografias digitais e a internet na guerra que, necessariamente mudaram a face da guerra, à qual, hoje, se assiste em tempo real; 18m05: Comentários às relações dos Estados Unidos com Portugal e Espanha, realçando-se a importância do nosso país estar com a grande potência mundial, pois só esta, no seu entender, consegue manter a segurança no mundo; 23m51: Evolução das relações internacionais; papel da NATO na manutenção da paz no quadro mundial; 29m34: Comentário ao facto das autoridades portuguesas terem enviado um contingente de soldados da GNR ao invés de militares propriamente ditos; 31m36: O entrevistado explica a importância que tem a Organização das Nações Unidas - ONU, comparando a intervenção possível desta no Iraque e aquela onde ele próprio participou em nome da ONU no Sahara Ocidental; 33m00: Relação Hong Kong / China e Macau / China e as respectivas transições de governação de Inglaterra e Portugal; evolução da China para a democratização e para o capitalismo de Estado; 38m18: Comentário acerca da política de extinção do serviço militar obrigatório com comparação com outros países da Europa; 44m33: Investimentos na área da Defesa, escusando-se a comentar a aquisição de submarinos para a marinha de guerra portuguesa; 47m47: Comentário à sua não nomeação para Chefe de Estado Maior do Exército - CEME pelo poder político; 49m38: Importância das Forças Armadas na sociedade portuguesa; discussão das questões militares pela sociedade civil; cursos de formação nesta área promovidos pelo Instituto de Defesa Nacional; O programa termina com breves comentários a conceitos e personalidades, como: - Paulo Portas; - Silva Viegas; - Macau; - NATO; - George Bush.